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Métodos anticoncepcionais: o que são e quais são eles?

Métodos anticoncepcionais? E agora, qual escolher?

A dúvida sobre qual método anticoncepcional optar é bastante frequente no meu consultório e muitas vezes é a causa de uma gravidez não programada em algumas pacientes. Por isso, preparei um artigo para explicar para você tudo acerca desse tema. Acompanhe!

Ter uma vida sexual ativa é, sem dúvida, muito saudável e traz inúmeros benefícios para o corpo e para mente. Entretanto, tal postura exige responsabilidades e orientação para que se possa evitar algumas doenças e, principalmente uma gravidez indesejada. Afinal, não queremos isso, não é mesmo?

Os métodos anticoncepcionais foram criados para pessoas que têm vida sexual ativa e não pretendem engravidar. Dessa forma, eles têm como objetivo básico evitar a fecundação do óvulo com o espermatozóide.

Mas para entender sobre os métodos anticoncepcionais e escolher qual o mais indicado para sua situação, você precisa compreender um pouco como funciona o seu ciclo menstrual. Vamos lá?

Toda mulher nasce com uma certa quantidade de folículos nos ovários. A cada mês, um desses folículos, que são óvulos em formação, é liberado na espera de uma provável fecundação. Esse folículo liberado é responsável pela produção de um dos hormônios mais importantes no ciclo menstrual: o estrógeno.

Em paralelo a isso, quando o folículo é liberado, há, no ovário, a formação de uma estrutura chamada corpo lúteo, que é responsável pela produção do segundo hormônio regulador do ciclo menstrual: a progesterona.

O equilíbrio entre o estrógeno e a progesterona é o que faz com que o corpo se prepare corretamente e crie um ambiente ideal para fecundação do óvulo e do espermatozóide. Mas quando a fecundação não é realizada, os níveis de estrógeno e progesterona caem no organismo e ocorre, então, a menstruação.

Depois dessa explicação rápida, vamos aos métodos anticoncepcionais!

De forma bem lógica, existem 3 maneiras de evitar a gravidez:

  • 1) Impedir o contato dos espermatozóides com o local da fecundação;
  • 2) Criar um ambiente hostil e impróprio para locomoção dos espermatozóides dentro do corpo da mulher
  • 3) Inibir a ovulação através do uso dos hormônios que controlam o ciclo menstrual

Baseado nisso, é possível classificar os métodos anticoncepcionais em 2 grupos:

Métodos anticoncepcionais hormonais:

Anticoncepcionais hormonais

Por sua praticidade, são métodos anticoncepcionais mais populares entre as mulheres. São feitos, na sua maioria, por estrógeno e/ou progesterona sintéticos.

Dessa forma, eles visam manter os níveis desses hormônios constantes justamente para inibir a ovulação. Também agem alterando o muco vaginal, criando um ambiente hostil para locomoção dos espermatozóides.

O nível de eficácia depende do uso correto das posologias no tempo adequado. Mas de forma geral, os anticoncepcionais hormonais têm um índice de falha muito baixo.

Eles existem em várias formas de administração, tais como, comprimidos orais, adesivos cutâneos, injetável (intramuscular), e até mesmo implante de cápsula subcutânea. Cada qual tem uma duração de eficiência diferente e um custo variável.

Portanto é preciso consultar um médico ginecologista para que juntos vocês possam escolher qual o tipo que se adequa melhor ao seu caso.

Se você tem alguma doença vascular, como hipertensão arterial e história pregressa de problemas tromboembólicos, alerte o seu médico, pois esse tipo de método anticoncepcional pode não ser o mais indicado para você.

DIU (Dispositivo Intrauterino)

É um dispositivo em forma de T, feito com progesterona, que é inserido no útero apenas por um médico. O DIU hormonal, além de ser um método anticoncepcional, também age diminuindo a intensidade do fluxo e duração das menstruações, por efeito da progesterona. Existem casos de mulheres que usam DIU que chegam a parar de menstruar. Já imaginou?

Além de tudo isso, é um método de longo prazo, ou seja, por funcionar em média de 5 a 10 anos, você ficará protegida por muito tempo e não correrá o risco, por exemplo, de esquecer de tomar um comprimido do anticoncepcional ou ter que lidar com as consequências de uma camisinha furada.

O DIU hormonal possui alta confiabilidade por que é método com o índice de falha praticamente desprezível. Para você ter uma ideia de tamanha segurança, ele chega a corresponder a uma laqueadura tubária, popularmente chamada de ligação de trompas.

É muito indicado para mulheres adultas jovens que precisam de um método anticoncepcional prático, seguro, que não interfira na rotina do dia a dia e, principalmente não tenha muitos efeitos colaterais.

Por ser contraindicado em pouquíssimas situações e aliar segurança e praticidade, o DIU hormonal é considerado, hoje em dia, um dos melhores métodos anticoncepcionais disponível para as mulheres.

Ilustração dos diversos métodos contraceptivos

 Métodos anticoncepcionais de barreira:

Camisinha

É um dos métodos anticoncepcionais mais propagados pelo mundo. E não é a toa! Ele além de evitar o contato dos espermatozóides com o local da fecundação é o único método contraceptivo que previne conta as infecções sexualmente transmissíveis, com AIDS, sífilis e gonorréia.

É de fácil acesso e baixo custo, portanto é extremamente indicado em todas as relações sexuais tanto na versão masculina, como também na feminina. Mas fique ligado! Quando usada isoladamente, a camisinha tem um índice da falha alto.

Por essa razão, deve sempre ser associado com outros métodos anticoncepcionais, pois caso um dos deles venha a falhar, você poderá contar com a eficácia do outro.

DIU de cobre

Assim como o DIU hormonal, é um dispositivo em forma de T que é inserido no útero. A diferença entre eles é que o DIU de cobre não possui hormônio, portanto funciona apenas como uma barreira mecânica para evitar a gravidez.

Com outras palavras, o DIU de cobre ocupa o espaço do útero onde se formaria a gestação. Dessa maneira, ele funciona muito bem como método contraceptivo, mas não tem eficiência no que diz respeito a diminuição do fluxo e da duração das menstruações, por ser uma ação dependente do hormônio.

Ainda assim, o DIU de cobre é um método contraceptivo altamente eficaz, de longo prazo, que não depende as ações das usuárias para funcionar, além de possuir poucos efeitos colaterais.

É muito indicado para mulheres que, por alguma razão, não podem utilizar hormônios. Portanto é uma excelente escolha para quem está amamentado e não deseja engravidar novamente ou e para quem tem histórico de câncer de mama.

Diafragma

Nada mais é que um objeto de borracha flexível que deve ser inserido no canal vaginal para recobrir o colo do útero. Ou seja, irá impedir que os espermatozóides cheguem até o útero.

Precisa ser colocado antes da relação sexual, e após a mesma, ele deve ser devidamente higienizado. Normalmente, é associado com espermicidas na tentativa de diminuir os índices de falha.

Vale ressaltar que o diafragma tem diversos tamanhos, portanto é preciso que um médico ginecologista analise na consulta qual tamanho é indicado para você!

Espermicida

É um gel usado na região vaginal antes da relação sexual. Sua grande finalidade é matar ou imobilizar os espermatozóides durante o percurso para o útero.

Sozinho não oferece uma proteção muito eficiente. Assim sendo, ressalto: deve ser usado em conjunto com outros métodos anticoncepcionais, como por exemplo, camisinha ou diafragma.

De forma geral, é de suma importância ter em mente que qualquer método escolhido só terá êxito se for utilizado da maneira correta.

Por isso, a escolha entres os melhores métodos anticoncepcionais deve levar em conta o perfil do paciente, o custo, os efeitos colaterais que podem ocorrer, a praticidade no dia a dia, e até mesmo o comportamento sexual.

Então procure o seu médico ginecologista! Ele, além de ter o domínio completo do assunto, também é capaz de entender, através da consulta, quais são as suas necessidades e indicar, entre os métodos anticoncepcionais disponíveis, o melhor para você.

Caso você tenha alguma dúvida entre em contato ou marque uma consulta.

Dra. Tania Gewehr

Médica, Ginecologista e Obstetra, com consultório na região do Morumbi, em São Paulo. É especialista em gestação de alto risco e também cuida da saúde ginecológica da mulher em todas as fases de sua vida, inclusive adolescentes. Realiza pré-natal, parto e pós-parto completos, realizando exames de ultrassom obstétricos no próprio consultório. Orienta mulheres na contracepção adequada, seja utilizando Diu ou implante hormonal.